Pular para o conteúdo principal

Sdv Reviews: Lançamento EP "Guerrilha" - Gorinez


É com enorme satisfação que a Saco de Vacilo trás pra vocês 03 pedradas do rapper Gorinez. Em tempos de "Gamelife", Gorinez simboliza a essência do rep, àquele rep rua...

03 faixas, 03 pedradas representando Pojuca Crew e todo ódio do hardcore, porém em forma de rimas ácidas, assim é o EP Guerrilha do rapper Gorinez.

O EP começa com uma rajada na cara de Bolsonaro, uma diss muito mais relevante que essas diss que temos por ai de mcs querendo vestir os panos mais caros que os outros. Gorinez resgata a essência do rep clássico, rep de protesto sim, pois por mais que certos rappers façam chacotas por ai de quem está no front, essa é a raiz do rep: Protesto.

Seguindo com um batidão que dá nome ao EP, "Guerrilha" se encaixa em qualquer balada, mas se prestar atenção a letra verá que se trata de mais linhas sobre insurgência, antifascismo e resistência.

Voltando pra um beat mais denso, arrastado, Gorinez finaliza o EP com "Soma, Sentimento e Sinceridade". Nessa faixa o rapper deixa claro qual sua postura "Sou a raíz podre que mata fascista, homofobico e racista".

Com esse trabalho Gorinez não apenas demonstra sua evolução, como joga na cara daqueles que acham que rep é apenas curtição que jamais o rep e o hip hop estará dissociado da luta e compromisso social.

A arte do EP vem total Nordeste, total guerrilha do campo, com imagens de cangaceiros e cangaceiras no clima da caatinga. Belíssima arte de Sandrine Santos. A contra capa, mais urbana, ficou sob o responsabilidade de Renato Dope no letrado da pixação. Proposital ou não, ficou uma bela junção do rural com o urbano, do interior com a capital, assim como o som do próprio Gorinez, que vem do interior mostrando que qualidade tem de sobra, não devendo nada pra capital.

Ouça aqui: https://www.youtube.com/watch?v=HNphuRYhXU4

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

SdV Entrevista: Léo Kobbaz (ex- Street Bulldogs)

Primeira entrevista da Saco de Vacilo, escolhemos uma pessoa que fez parte de uma banda muito importante para o cena hardcore nacional, Léo Kobbaz Darrigo, ex vocal da banda paulista Street Bulldogs. O motivo de escolher um cara de não ter banda atualmente vocês vão ver no decorrer da entrevista. Irão ver que por mais que algumas pessoas não mais tenham bandas ou, aparentemente, não tenham ligação com o hardcore, o estilo de vida é inerente e a postura continua a mesma. Muito bom também ver que Léo não faz aquele tipo que depois de parar de tocar faz questão de desfazer do hardcore, muito ao contrário. Vamos a entrevista! SDV: Então Léo, me conta, você ainda reside em SP? O que está fazendo atualmente? Tem tocado? Léo: Não. Eu não moro no Brasil há 7 anos. Fiquei 04 anos em Nova Iorque (EUA) e agora vão fazer 03 anos que estou na Irlanda. Não toco mais, depois que sai do Brasil nunca mais toquei. SDV: Massa...e o que tem feito atualmente? Trampo...essas coisas? Léo: Sou tat

Melhores 2018 pela Saco de Vacilo

Nunca fomos de fazer essas listas de melhores do ano, sei lá não fazia parte do nosso perfil. Porém, ao analisar algumas listas que já saíram esse ano percebemos a quantidade de bostas que os críticos de músicas vem indicando. Com toda certeza, como diz um amigo nosso, Guilherme “Chapado” (Sweet Suburbia), nosso gosto musical é melhor que o de vocês.  Então é isso, como de praxe quando não nos sentimos representados por algo vamos lá e fazemos. Seguem a lista dos 05 melhores lançamentos de 2018 e em seguida os 05 melhores shows de cada um da Saco de Vacilo.  Compareçam aos shows e busquem as músicas ai pra ver se comungam com nossos gostos.  Lançamentos 2018: Rodrigo Avast Antiporcos - "Contra o genocídio do povo negro" (EP) Gravado em casa à vontade entre amigos, de forma despojada, certeira e autêntica. De verdade. Punk  raivoso de bom gosto e levado a sério como há muito não se vê por aqui por essas bandas. O lançamento mais nervoso e enérgico da banda… logo,

SdV Reviews: Festival de Verão 1º dia

Salvador, Bahia, 2018. Em tempos de governo de ultradireita, e ao mesmo tempo neoliberal, em meio a um verão extremamente quente e chuvoso, a capital da Bahia - quase um reduto socialista dentro do Brasil - recebeu o melhor line up de festival dos últimos tempos na minha opinião. Festival começou cedo e não deu pra pegar o show de Rael. Pegamos o começo do show de Anitta. Ela mandou seus hits, sempre na postura, em boa forma, deixando os fãs satisfeitos. Em alguns momentos o funk tomava conta e o batidão botava todo mundo pra mexer. A produção perfeita. O som batendo em todas as frequências. O dia prometia. Depois dela veio Natiruts. Introduziram o show com um vassi e logo depois caíram no reggae. Com muita humildade o vocalista pediu pra todo mundo levantar as mãos em prol das pessoas que não podiam estar ali. Toda a fonte nova fez aquela “genki dama” e começaram jogar fumaça pro ar. Show impecável. Em seguida veio Nação Zumbi. Primeira vez no Festival de Verão chegaram tamb