1. Contem um pouco de como surgiu a Motim 13 e como ela chegou na atual formação.
A Motim 13 surgiu em 2010 da ideia de 4 moleques em Pojuca, uma cidade a 78 km de Salvador. Aquela velha história: Ninguém sabia tocar nada nem tinha instrumento, em meio a isto entrou mais um guitarrista porque tinha um instrumento e outro vocalista por “broderagem” mesmo. Essa formação durou 7 meses e a banda acabou. Alguns meses depois a banda voltou com outra formação. Em 2013 a banda se consolidou com 6 componentes e assim ficou por 2 anos até a saída de um dos vocalistas. Em 2015 gravamos um EP e pouco tempo depois do lançamento o baterista saiu. Resumindo, a Motim 13 agora é Léo Gorinho no vocal, Anibal guitarra, Klever baixo e Adriano na bateria.
2. Vocês são de Pojuca, interior da Bahia, e desde o surgimento de vocês conseguiram por Pojuca no mapa do rolé hardcore. Porém, talvez seja até uma má impressão, não se ver uma formação de uma cena sólida, em termos de bandas, na cidade. A que se deve isso? Existem outras bandas de punk/hardcore na cidade?
Obrigado por dar essa moral pra gente. Nós até tentamos criar uma cena na cidade, inclusive uns moleques que viram a gente tocando se animaram e fizeram uma banda de post-punk mas não duraram muito, estão tocando outra coisa agora. Acabou que uns amigos em Catu montaram um pub e isso facilitou mais pra organizarmos eventos lá por uma questão de praticidade mesmo. Mas ainda fazemos algumas coisas com a Froyd, uma marca de skateboard daqui de Pojuca.
3. Sabemos que além de tocarem na Motim 13 desembolam eventos na cidade. Quais as maiores dificuldades em organizar eventos no interior?
Atualmente a maior dificuldade é conseguir um espaço. Além de termos que alugar pra fazer os sons agora há uma determinação na cidade que todo evento necessita de uma série de autorizações de vários órgãos, inclusive para tocar na rua e todos nós temos empregos comuns e famílias o que acaba não sobrando muito tempo nem paciência pra ainda fazer esses corres burocráticos.
4. Como foi participar da websérie Cena Morta? (Motim 13 no Cena Morta: https://www.youtube.com/watch?v=Hgk9AvfdkC8 ).
O Cena Morta assim como o lançamento do nosso EP foi um divisor de águas pra banda. Logo de cara percebemos que se fomos convidados para participar de um documentário com bandas que, além de gostarmos, tínhamos como referência de trabalho bem feito é porque havíamos chegado a outro nível. Isso fez com que a postura da banda mudasse e durante as gravações do documentário esse cara que está nos entrevistando (kkkk) fez com que percebêssemos que a banda era mais redonda sem as duas guitarras, então tiramos de forma amigável o baixista e Klever assumiu o baixo.
E trabalhar num esquema de gravação profissional é outra coisa, tanto para aprendizado da banda quanto pra divulgação.
5. Vocês lançaram um EP em 2016, salvo engano, e desde lá não lançaram qualquer material novo, qual a dificuldade?
Não, man. Foi mais antigo ainda, em 2015 (kkkkk). A primeira e maior dificuldade é a mais comum: dinheiro! A gente é um monte de ogro que malmente sabe tocar os próprios instrumentos e não entende nada dessa parte de gravação, aí é aquela história: quem não sabe fazer paga pra alguém fazer (kkkkk).
Depois do lançamento do EP rolou muita coisa também. Troca de baterista, saída do baixista, Anibal virou pai e depois teve que operar os dois ombros (oito meses sem poder tocar), Léo foi trabalhar longe de Pojuca, o trabalho de Klever mudou o turno. Uma soma de fatores que tomam tempo e entusiasmo.
6. Tem previsão de lançamentos?
Nossa meta é gravar outro EP esse ano ainda e talvez um clipe.
7. E shows fora? Vocês, até onde sabemos, ficam restritos aos circuito Salvador - Pojuca - Catu - Alagoinhas, não há planos de expandir horizontes?
Restrições laborais e familiares (kkkkk). Anibal tem um filho pequeno ainda e Klever além da dificuldade no trabalho tem filhos. Pra eles é meio complicado ficar fora de casa mais que duas noites então só dá pra tocar perto de Pojuca mesmo. E, fazendo um mea culpa, há um pouco de falta de organização da nossa parte. Toda banda tem aquele cara que organiza tudo faz todos os contatos direitinho, falta esse cara na Motim 13 (kkk). Temos vontade de fazer turnê, lançar material, mas o bagulho é complicado principalmente pra uma banda de uma cidade pequena do interior da Bahia. Claro que muitas bandas têm dificuldades, mas decidimos que a Motim 13 tem que ser uma banda de amigos que tocam pra se divertir, amamos o hardcore e queremos evoluir e tocar sempre mas sem perder esse espírito ou nossa sanidade (kkkk).
8. Quem acompanha a Motim 13 sabe que os integrantes possuem projetos paralelos, falem um pouco deles.
Vamos lá tentar explicar essa promiscuidade musical:
Léo é baixista na Afago e na Asco e tem um projeto de rap chamado Gorinez
Anibal é vocalista na Afago,
Adriano baterista na Afago e na 288.
A Afago é um hardcore mais pesado e “mais elaborado” que surgiu da Motim 13 só que com Diego na guitarra e ele também produz os beats com Léo para Gorinez.
A 288 é uma banda de Powerviolence/Blackcore de Salvador.
9. Como anda a cena hardcore atual na visão de vocês?
Dizem que a cena hardcore tá fraca, pra gente que é de uma cidade de quase 40 mil habitantes onde só tem som quando nós fazemos, a cena nunca esteve tão forte. Eventos têm acontecido em Salvador e cidades do interior, bandas que, se não são de hardcore musicalmente falando seguem os ideais; coletivos, selos e produtores fazendo eventos, discos, trazendo bandas de fora (não só o Dead Fish e o Matanza RIP rs). A cena acabou pra quem não faz parte dela.
10. Deixem um recado para os leitores e leitoras do blog.
Queremos agradecer a Saco de Vacilo pela oportunidade de mostrar que a cena punk/hardcore tá muito viva. Afinal mostrar que tem uma banda de hardcore oldschool de Pojuca que tá na ativa e só não toca mais vezes porque os integrantes não tem muito tempo, é uma prova de que ainda tem muita água pra passar embaixo dessa ponte. Dizemos isso sem falsa modéstia.
E reforçar aquela velha máxima: Vão aos eventos, ouçam bandas novas, comprem material das bandas, fortaleçam a sua cena!
A melhor banda de Pojuca ❤
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