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SdV Reviews: Saco de Vacilo Apresenta: D.E.R.(sp), Struggle Sessions (china), 288 e Aphorism



Salvador é uma história à parte a ser contada no que se diz respeito a sub-culturas. É no subterrâneo que se encontra a tal da diversidade propagada publicitariamente pela mídia. O Buk Porão é uma prova viva dessas improváveis idiossincrasias. 

Dia 27/7, o Buk abriu as portas para imigrantes transitórios; os caras do Struggle Session, banda que conta em sua formação integrantes da China e Austrália. Mas vamos pela ordem cronológica…

288, banda nova na cidade, formada com integrantes de várias outras atuantes; Asco, Motim 13, Afago, Macumba Love, e por aí vai. A noite prometia tanto, que no meado do seu curto e certeiro set - uma mistura de grind, fastcore, powerviolence, já havia quantidade suficiente de pagantes para pagar o custeio das bandas “de fora”. Ponto pra banda que estava a postos no horário marcado, e pro público que chegou em peso, a ponto de poder conferir a primeira atração local da noite.

Já de supetão, “sobe ao palco” D.E.R. Os paulistas já se consagraram como uma das maiores referências da música desgraçada! Barata, o baterista, é um show à parte, não só pela velocidade e precisão, como pelo posicionamento único da caixa de bateria. A banda tem uma vasta discografia e conseguiu o feito de trazer a tona, pessoas que há muito não compareciam a um evento de hardcore na cidade. Showzaço…

Em seguida, os grotescos e desesperados. Aphorism, banda que não para de lançar material novo, contrariando as estatísticas. Show denso, pesado, brutal. Uma mescla de death, grind, crust dos infernos. Letras angustiadas, questionando consistentemente as nossas existências, com um vocal igualmente desesperador, intenso e urgente todo o tempo. Não tem como passar batido.

Struggle Session, quem não conhecia e pôde sacar o som antes do evento (como eu), sabia já o que estava por vir. Um som e um show mais apoteótico, impossível! Um hardcorezão bruto, veloz, com vocal esganiçado e uma performance igualmente frenética. Arriscavam um espanhol que se fazia entender. Em alguns momentos ia em inglês mesmo. Teria sido ótimo um mandarim também, talvez tenha rolado no meio de suas músicas…

E enfim, o Buk foi um ponto de encontro, ou de reencontro de gerações, e pra muita gente uma prova de que o espírito punk hardcore não morre, independente da quantidade de pessoas frequentando shows, ou comentando sobre o tema. Na varandinha, alto movimento nas banquinhas modernizadas, equipadas com maquininhas. Vinis, fitas k7, cds, camisas, muita prosa, satisfação e vivência alternativa.

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