Pular para o conteúdo principal

SdV Entrevista: Superbad (AM)


Janeiro de 2017 passou por Salvador uns moleques loucos do Norte. Os caras resolveram pegar kms e mais kms de estrada, cruzando o país, para mostrar o que se tem bom no Norte do país.
Esses caras eram os Superbads e resolvemos bater um papo com o Guitarrista/Vocal, Luciano, pra saber a quantas anda a Superbad.


1. De início, o que aconteceu com a Superbad desde a Tour que cruzou o país?
Superbad: Primeiramente obrigado pelo convite mano, fiquei feliz demais por ter lembrado da gente!
Então, vamos lá..
Depois da turnê ocorreram muitas mudanças na banda.
Primeiro que o fundador da banda saiu, e o batera também... Problemas pessoais deles.
O pensamento depois disso foi querer acabar com a banda, mas o PH me chamou pra ter uma conversar.
Decidimos continuar com a banda!
Eu sempre tive curiosidade dar uns gritos e tocar ao mesmo tempo. Tem um monte de banda que eu gosto que tem vocalista/guitarrista. Propagandhi, que eu conheci muito tarde, e me culpo muito por isso, é uma das.
O PH, que tocava baixo, foi pra batera. Ele já tocava em outras bandas como batera, e arranhava as vezes uns sons nosso no ensaio.
Ai que entrou nossa diferença, o Marcos. Ele já era um grande amigo de banda e tudo que envolve musica, morava perto da minha casa. Resolvi chamar ele, que já era mais próximo. Toca, canta, tinhas as mesmas ideias, era perfeito!
A gente fez uns ensaios e alguns sons. Saiu legal!
Lançamos um som chamado "Desobediente", que teve um retorno muito legal pra gente.
Fizemos uns shows bem legais, e mais na frente lançamos um EP de 4 faixas, 3 novas e a "Desobediente". Lançamos ele na Edição desse ano do Festival Garage Sounds, que foi também o ultimo show da banda, até a parada que a gente deu.
2. Achei foda isso de não terminarem a banda, pois no underground é bem comum isso de pós tour ou pós um trampo longo de CD as bandas simplesmente acabarem. Inclusive sempre tive essa dúvida, se tinha sido a experiência na estrada, de conviver mais próximos uns dos outros, que tinha feito alguns membros debandarem.
Sendo assim, falando ainda da Tour, como foi a convivência na estrada? Quais lugares passaram e quais situações inusitadas tiveram que enfrentar?
Superbad: Então, Foi a minha primeira vez saindo de casa pra fazer uma turnê de ônibus, no Brasil todo, moleque!!! Então, eu não sabia o que vinha pela frente.
Cara, creio eu que como em todas as bandas que já fizeram tour, vai chegar aqueles momento que uns membros vão dar xilique e brigar, isso aconteceu muito kkkkkk, até por besteira.
Mas fora isso, foi super tranquilo, a amizade que criamos mais ainda nessa tour, fez isso ser algo incrível!
O que pesava demais eram as horas em rodoviárias e em ônibus até a outra cidade... Aah, e quando não tinha moeda pra comprar o café.
Então, a gente passou por: Belém (PA), São Luís (MA), Timon (MA), Teresina (PI), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Natal (RN), Recife (PE), Salvador (BA), Vila Velha (ES), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Americana (SP), Santos (SP) e Finalizamos em Curitiba (PR).
Cara!!! Tiveram algumas situações muito engraçadas kkkkk Principalmente pra quem ficava do lado do Arthur (antigo baterista). Esse sacana esperava o brother dormir, pra ficar zoando com a gente.
(Nunca durma ao lado desse cara!)
Teve um momento em Recife que a gente tava indo pra um passeio em porto de galinhas, e no busão não tinha banheiro. O PH urinou em uma garrafa que ele tinha na bolsa e deixou no ônibus hahahaha.
E a pior de todas foi ver o Efraim (antigo vocal) pelado, que inferno, meu deus!!
A gente teve aquele momento tosco, como eu falei de rodoviária. Passamos 10h em uma rodoviária indo de Salvador pra Vila Velha. Tava todo mundo zoado de sono.
Cara, foi tenso demais hahahahaha!
Ah, teve um parça na rodoviária do Rio de Janeiro que comprou dois cds nossos hahahaha Ele nem conhecia a banda. A gente tava jogado lá no chão checando os merchans, ele parou e começou a trocar uma ideia com a gente, ele tocava em uma banda que eu não lembro o nome agora, mas o cara foi parceiro demais!
3. Que loco!!!!Realmente estrada é isso aí, zoeira e histórias. Você comentou que deram uma parada...Estão planejando algo específico? Teve um motivo especial para essa parada?
Superbad: Mano, a parada foi por umas situações muito complicadas, nosso batera tava/está passando por um momento complicado, pessoal dele mesmo. Então a gente resolveu parar a banda.
A gente não queria mais tirar ninguém, ficar nessa troca de integrantes. Mas esperamos as coisas mudarem pra a gente voltar logo ai, quem sabe...
4. Compreendo. Até porque banda, acima de tudo, é a relação entre as pessoas que a compõe. Quando não tem mais isso, vira algo bem escroto. Esperamos também que tudo se resolva.
Quais os planos futuros, em termos de lançamento?
Superbad: Então, no momento a gente tá querendo lançar o documentário da tour do ano passado. Já enrolamos o bastante pra entregar, vai sair em breve.
Por hora é isso, estamos, eu e o Marcos, tocando com as nossas outras bandas, Repetentes e Requesth. Ouvindo bastante som pra empurrar a gente pra frente e tentar voltar logo !
5. Massa! Imagino que com a tour, pessoas de ponta a ponta do país tiveram a oportunidade de conhecer vocês. Sentem esse feedback? Sentem que rola realmente essa interação para muito além do Amazonas?
Superbad: Demais mano! Alias, quando a gente anunciou a tour, a gente sentiu esse feedback.
Tiveram pessoas que chegavam na gente nos shows e falavam que nunca recebia nada do Amazonas nas cidades delas. Pra gente é gratificante demais levar algo nosso pra fora e mostrar de onde a gente vem. Alias, quase ninguém olha pra gente aqui em cima não é mano? Norte/Nordeste deveria ser mais valorizado.
As pessoas tem que parar com esse lance de só existir só sul/sudeste... Curitiba, SP e RJ. A gente tem tanto pra mostrar, tem muita banda boa!
A tour ajudou a gente bastante. Em experiência, conhecer pessoas novas e mostrar nossa mensagem pra pessoas que a gente nunca viu na vida.
6. E com relação a selo/distros de fora do Norte, rolou também propostas de lançamento ou algo do tipo? Ou ainda existe uma certa resistência do eixo para bandas de fora?
Superbad: Cara, pra ser sincero os dois primeiros EPs quem lançou foi a Motim Records, que era lá de Campinas (SP) e agora tá rolando no Canadá. O terceiro foi de um amigo nosso daqui, o Fubica Records.
Eu ainda creio que exista certa resistência para as bandas de fora.
7. Toh ligado. E por ai, além desse selo tem outros? Como está sendo a movimentação ai no Amazonas? Bandas, selos, eventos?
Superbad: Em Manaus a gente ainda tenta trazer banda, fazer eventos. Fizemos o Surra (SP) no final de 2017 e o What I Want lá de Brasilia. Fora os eventos locais.
Tem muita banda boa aqui, tanto no hardcore, punk, grindcore e etc. Abouttrust, Requesth, Repetentes, Hellconfesso, Maotrajados e muitas outras bandas.
Eu não conheço muitos selos na ativa atualmente por aqui. Quem movimenta hoje em dia é o Fubica e a Teto preto.
8. Massa meu velho!!! Se puder deixa uma mensagem final para os leitores e leitoras do blog.
Superbad: Mais uma vez muito obrigado por lembrar da gente e ter dado esse espaço pra nós, Edu. Pra quem não sabe foi você quem fez o nosso show em Salvador e nos recebeu super bem!
Pra quem não conhece a banda, a gente tá em todos os cantos dessa coisa chamada internet. Spotify, deezer, youtube e  etc... Só jogar no Facebook: Superbad Hardcore e no instagram @superbadoficial, está tudo lá.
Fixa!
Os amigos e amigas que ainda tem um tempo pra ler algo, um muito obrigado e apoiem os movimentos de punk, hardcore e todas as bandas da sua cidade!
Abraçxxx e um até logo!
Superbad: https://superbadhardcore.bandcamp.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SdV Entrevista: Léo Kobbaz (ex- Street Bulldogs)

Primeira entrevista da Saco de Vacilo, escolhemos uma pessoa que fez parte de uma banda muito importante para o cena hardcore nacional, Léo Kobbaz Darrigo, ex vocal da banda paulista Street Bulldogs. O motivo de escolher um cara de não ter banda atualmente vocês vão ver no decorrer da entrevista. Irão ver que por mais que algumas pessoas não mais tenham bandas ou, aparentemente, não tenham ligação com o hardcore, o estilo de vida é inerente e a postura continua a mesma. Muito bom também ver que Léo não faz aquele tipo que depois de parar de tocar faz questão de desfazer do hardcore, muito ao contrário. Vamos a entrevista! SDV: Então Léo, me conta, você ainda reside em SP? O que está fazendo atualmente? Tem tocado? Léo: Não. Eu não moro no Brasil há 7 anos. Fiquei 04 anos em Nova Iorque (EUA) e agora vão fazer 03 anos que estou na Irlanda. Não toco mais, depois que sai do Brasil nunca mais toquei. SDV: Massa...e o que tem feito atualmente? Trampo...essas coisas? Léo: Sou tat

Melhores 2018 pela Saco de Vacilo

Nunca fomos de fazer essas listas de melhores do ano, sei lá não fazia parte do nosso perfil. Porém, ao analisar algumas listas que já saíram esse ano percebemos a quantidade de bostas que os críticos de músicas vem indicando. Com toda certeza, como diz um amigo nosso, Guilherme “Chapado” (Sweet Suburbia), nosso gosto musical é melhor que o de vocês.  Então é isso, como de praxe quando não nos sentimos representados por algo vamos lá e fazemos. Seguem a lista dos 05 melhores lançamentos de 2018 e em seguida os 05 melhores shows de cada um da Saco de Vacilo.  Compareçam aos shows e busquem as músicas ai pra ver se comungam com nossos gostos.  Lançamentos 2018: Rodrigo Avast Antiporcos - "Contra o genocídio do povo negro" (EP) Gravado em casa à vontade entre amigos, de forma despojada, certeira e autêntica. De verdade. Punk  raivoso de bom gosto e levado a sério como há muito não se vê por aqui por essas bandas. O lançamento mais nervoso e enérgico da banda… logo,

SdV Reviews: Saco de Vacilo Apresenta: D.E.R.(sp), Struggle Sessions (china), 288 e Aphorism

Salvador é uma história à parte a ser contada no que se diz respeito a sub-culturas. É no subterrâneo que se encontra a tal da diversidade propagada publicitariamente pela mídia. O Buk Porão é uma prova viva dessas improváveis idiossincrasias.  Dia 27/7, o Buk abriu as portas para imigrantes transitórios; os caras do Struggle Session, banda que conta em sua formação integrantes da China e Austrália. Mas vamos pela ordem cronológica… 288, banda nova na cidade, formada com integrantes de várias outras atuantes; Asco, Motim 13, Afago, Macumba Love, e por aí vai. A noite prometia tanto, que no meado do seu curto e certeiro set - uma mistura de grind, fastcore, powerviolence, já havia quantidade suficiente de pagantes para pagar o custeio das bandas “de fora”. Ponto pra banda que estava a postos no horário marcado, e pro público que chegou em peso, a ponto de poder conferir a primeira atração local da noite. Já de supetão, “sobe ao palco” D.E.R. Os paulistas já se consagraram como